quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Sapatos coloridos
Já percebeu os sinos tocarem
no momento em que conheceste alguém?
Teus pés já sobrevoaram o chão
aos pés de ilustre e nova paixão?
A boca tatuada de vermelho
E sempre me diz o espelho
que "esta não é mulher pra ti"
O espelho é quem mais
sabe mentir...
Outro dia ainda lembrei
do teu andar no salto colorido
E não sei se fui louco
não sei, não sei
Sapatos que ilustram
a gênese do amor
Desejos em preto e branco
que agora ganham cor.
Marcelo Poeta
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Eu x eu
Não dormira quase nada na noite anterior. O clima não se decidia se, vestia-se de frio ou de calor. Talvez seu próprio corpo estivesse variando a temperatura e não sabia se estava sonhando ou imaginando o futuro próximo.
Após um forte café da manhã se pôs com os colegas de grupo à magia da interação. No local da prova trocava apertos de mãos e abraços incentivadores, mas no intimo ainda havia dúvidas quanto à sua capacidade física e psicológica para a realização do exercício. Seus pés pareciam mais pesados, pois ali se concentravam seus receios do “não conseguir”.
Ouviu a sirene do abre alas e se dispôs a correr. A partir deste momento tudo o que escutava era sua própria voz. Tudo o que via eram as imagens dos anos que o espelho lhe enviava diariamente. Já não podia desistir. Já não havia motivos para desistir. Começava a disputa. E desta, perdedor e vencedor seriam a mesma pessoa.
Sobre o asfalto quente e desnivelado o distante parecia seu vizinho. O tempo, o tempo ele sabia que seria a hora em que ele escolhesse. E concluiu o trajeto. No seu tempo. E na chegada ganhava sorriso dos amigos. Mas sabia que o maior sorriso do mundo naquele instante era o que brotava dentro de si.
Marcelo Poeta
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
O ontem do amanhã
Tu podes embarcar comigo agora
para o mundo que eu criei
Onde as coisas que eu não sei
São como as nuvens
Que formam o desenho que eu quiser
Serás neste mundo a única mulher
E à ti irão todos os meus versos
meus carinhos mais diversos
e toda a flor que for bem-me-quer
Acordará feliz a cada dia
Com boca suave de melodia
Beijando o sol de amanhecer
Te livrarei de anomalias
E de qualquer melancolia
Que havia antes de me conhecer
Quem dera eu tivesse o poder
De fazer real todo sonho meu
É triste sonhar que sou todo teu
Pois o ser é o desejo de dominador
E nunca escravo de qualquer amor
Confesso sou in e diferente
Eu sonho com a gente do jeito que for.
Marcelo Poeta
Levo-te comigo
Liberdade é não impedir uma traição
Negue-me por três vezes
Que lhe darei o perdão
Pois sou livre...
Livre de cerimônias e de clichês
Livre de doutrinas e dogmas
Eu sou livre e posso voar
Sou livre do que pensa o outro
Sou livre, pois sou a lágrima
Que tu nunca choraste
Sou tua fome de beijos
E tua sede de coisas que outrora
Deixaste de acreditar
Sou a derrota que não te dilacera
E teu sonho que te veste de coragem
Ando como uma carruagem
Carregando dentro de mim
A mais bela princesa.
Marcelo Poeta
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Baseado na obra de Fernando Anitelli
A moça e o amor
A água que vem molhar
seus pés e suas roupas
Rio corre devagar
se soma a saudade pronta
O Sol veio te falar
que à noite ele não sai na rua
E toda a vida minha agora é vida tua
beijos que vem da lua
para poder navegar
do Rio até o Mar
Ela sentia a energia do Mundo
Um pouco tornava-se um tudo
tocada na pele pelo amor
Que retribuia todo aquele carinho
Fazia o papel de menino
Bochechas que mudam de cor
Onde já se viu o amor
apaixonado por uma menina?
Quem algum dia controlou a paixão?
Por que o amor
não se apaixona por outra pessoa?
Porque não há respostas
para o que eu perguntar?
Marcelo Poeta
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Bléééééé
Há quem não goste do Sol
e dos dias de praia.
Há aquele que não permite
que o sorvete derretido
escorra pela sua mão
Ah, eu não!!
Eu quero brincar
quero correr
quero pular
quero ir na pracinha andar de balanço
quero ver se largo da vergonha e danço
Quero colorir meu desenho mal acabado
e fazer careta ao ser fotografado.
Marcelo Poeta
e dos dias de praia.
Há aquele que não permite
que o sorvete derretido
escorra pela sua mão
Ah, eu não!!
Eu quero brincar
quero correr
quero pular
quero ir na pracinha andar de balanço
quero ver se largo da vergonha e danço
Quero colorir meu desenho mal acabado
e fazer careta ao ser fotografado.
Marcelo Poeta
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Antes sim, agora não
Por que ela faz esta dança alucinante?
São cabelos que caem, sobre ombros postados
Em um busto deveras clássico
De uma mulher de rock and roll
E a sombra de seus olhos
Cobre minha luz, cega-me
Doutrina avidamente meu olhar
Em um sobe e desce de íris e pupilas
Trancafiando minha vontade ao meu corpo
A uma imaginação delirante
Onde exalo total libido
E eu que andava deprimido
Já não mais...
Marcelo Poeta
São cabelos que caem, sobre ombros postados
Em um busto deveras clássico
De uma mulher de rock and roll
E a sombra de seus olhos
Cobre minha luz, cega-me
Doutrina avidamente meu olhar
Em um sobe e desce de íris e pupilas
Trancafiando minha vontade ao meu corpo
A uma imaginação delirante
Onde exalo total libido
E eu que andava deprimido
Já não mais...
Marcelo Poeta
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Tente melhorar
Quantos dias eu perdi?
Como posso voltar ao tempo em que comecei?
Estou fora da casa, tentando entrar
mas está trancada e as suas janelas apresentam-se fechadas
Eu me dou conta de que perdi a chave...
Não consigo me lembrar de como são os quartos
e onde guardei minhas coisas...
E se eu conseguir entrar,
será que algum dia conseguirei sair?
Se voltar ao início,
eu poderia começar novamente e, reescrever...
Poderei ver linha por linha
E tantaria encontrar um caminho mais curto, mais certo...
Eu poderia tentar.... melhorar.
Assim sou e assim é o humano,
que destrói dunas em nome da urbanização.
Que não se dá conta de que,
a cada galho que se rompe, muda-se
a trajetória de um pássaro.
Que a cada gota de óleo jogada ao mar
Tartarugas e pinguíns abandonam a vida.
O homem poderia tentar.... melhorar.
Marcelo Poeta
sábado, 2 de outubro de 2010
Carinho que tenho
Carinho que tenho
Hoje raiou o dia primeiro
e com ele o primeiro dia
São os primeiros passos da primavera
e o terceiro passo que dou
em busca da Garota Magia
Não, não pude me fazer cavalheiro
Faltou-me o chão, sumiu-se a terra
dancei no céu quando me abraçou
Então era uma vez, uma vez que agora era
Tua voz foi tão diferente do teu texto
mas no contexto te fez perfeita
Como uma onda em câmera lenta
que abre paredes e lá na frente se deita
E o instante sepultou o distante
como a magia de estrela cadente
Pois quando um amor já não for tão amante
Dormirás abraçada, ao meu presente.
Marcelo Poeta
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