segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Carta para Devlin *

Querida Devlin


Como seus questionamentos são muitos, resolvi abrir uma exceção e encaminho estes esclarecimentos.
Sim Devlin, você eras uma das meninas mais bonitas da escola. Os garotos reparavam em você, inclusive os mais velhos. Você não era tão linda assim. Tinha uma alma mais leve, sorria, conversava sem pretensões e segundas intenções. Lembra?
Acontece Devlin que, com o passar dos anos, você foi criando competitividade em relações que precisavam de cooperação e compreensão. Você foi se angustiando com a felicidade de tuas amigas e com o descobrir de cada uma. Lembre-se Devlin, tem poder aquele em que todos confiam. Tuas amigas confiam em ti? Ou te escondem tudo?
É..., as coisas não andam boas. A infelicidade transborda dos teus olhos Devlin. Aquela coisa de beleza interior existe. Sendo bons, ficamos mais belos. Sendo ruins e invejosos, bom, seu espelho lhe reflete todos os dias.
Há alguma salvação? Nessas alturas dependerás da compreensão de muita gente. E nenhuma delas te conhece mais.
Espero ter te ajudado, aproveitando que ninguém o fez;


Vida.



* Texto de Marcelo Poeta.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Nosso acervo

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O rápto da Fada da Imaginação



As Bruxas Malvada e Maléfica resolveram aprontar. Seqüestraram a Fada da Imaginação deixando os livros infantis sem seus personagens. Chapéuzinho Vermelho, Branca de Neve, Bela Adormecida, Príncipe Encantado e o Lobo Mau, agora a serviço do bem, têm a difícil tarefa de salvar a Fada e o Mundo da Imaginação. Será que as crianças ainda acreditam?

Ficha Técnica:
Texto adaptado: Patrícia Gonçalves e Evanir Osório
Cenário: Marcelo Poeta
Figurino: Patrícia Gonçalves
Produção áudio-visual: Andréia Alloy e Ariele Fontoura
Direção Geral: Escola Cônego Pedro Jacobs
Elenco:
Patrícia Gonçalves como Chapéuzinho Vermelho
Evanir Osório como Fada da Imaginação
Analice Munari Gomes como Bela Adormecida
Eliane da Silva como Branca de Neve
Claudete Brum como Lobo Mau
Ângela Fofonka como Bruxa Malvada
Raquel Curtinove como Bruxa Maléfica
Marcelo Poeta como Príncipe Encantado
Patrícia Freitas como Menininha

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Feliz dia das crianças















Suco de laranja
bananinha e maçã
Não chore agora
Ainda não chegou o amanhã
Chuta a bola que vai sempre perto
Eita garoto esperto
Tira a torneira de molhar formiga
Come chocolate
e vem a dona dor de barriga
Saberá um dia
Que é inútil perguntar “Por quê?”
À adultos cabeça de patê
Pula, corre, atira pedrinha
Se tem água vira festa
E faz a festa quando a vovó dá balinha
Quer ir junto sempre
se faz sorridente ao deitar no “meinho”
Mas que bonitinho.

Marcelo Poeta

Por que não?

Quem vê de fora vê apenas o mar
As pessoas, cadeiras, guarda-sóis
Quem vê por dentro
Vê correntes, ondulação
se integra lento
devagar, divagação
Quem vê por dentro mergulha
toca a água, toca o chão
Faz castelo, desenha na areia
fica mais jovem a cada verão
O olhar interno, reflexão
Ser criança....
Por que não?

Marcelo Poeta

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Das coisas que eu gosto

Gosto do teu cheiro
Gosto das tuas roupas
Gosto da tua boca
E dos teus risos ligeiros.
Gosto de te pegar em casa
Sem saber para onde te levar
Gosto de trocar segredos
de acordar bem cedo
e fazer um café para te esperar
Gosto das tuas roupas
Da tua boca
Do teu colo e do teu riso ligeiro
Gosto da brisa, das ondas
que conduzem nosso veleiro

No trilhar das pernas
os passos montam
nossa vida
e ao mexer os braços
tocamos o ar e fazemos nascer o vento
E ficamos a construir
o que um dia será lembrança.

Marcelo Poeta

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O fim do Sarau




O ano era 2007. Assim como eu, haviam muitos que escreviam seus versos colocando no papel angústias, sensações, frustrações, amores e alegrias. Versos que dormiam em gavetas e pastas cobertas pela poeira que transita por aquilo que não amanhece para os outros.
Unidos pela mesma causa, organizados, conseguimos um espaço e um microfone. Os versos ganharam as noites. Livros, quadros e conversas sobre tudo ali nasceram. A gênese, de alguma coisa que ainda não aconteceu. Ao final de 2009 um ciclo se encerrou. Era preciso novo oxigênio, um novo formato.
Em novembro de 2010, sentado no Baguta Bistrô, acompanhava um banda local. Lembro como se fosse hoje, entre um verso e outro, eu ouvia aquele som e ia construindo a idéia de misturar todas as artes em um evento só.
É difícil organizar algo que não se sabe muito bem no que vai dar. A intenção era a de proporcionar espaço para qualquer manifestação artística. Foram mais de 30 apresentações, em diversas cidades do Litoral Norte do RS, reunindo Poetas, Músicos, Artesãos, Artistas Plásticos, Dançarinos, Atores, Pintores e amantes da cultura. Contando sempre com a colaboração de Delaves Costa, Mário Feijó e Rebeka Alves e Diorge Terra.
Mas o ciclo se fechou outra vez. É época de estudos, preparação e principalmente criação. Criação de novos trabalhos, reconsiderações aos já feitos e organização das particularidades de cada um.
Eu agradeço ao Dado Wienandts e à Gisele Frufrek por acreditarem na magia da vida, suas cores, seus aromas e seus versos escondidos em cada palco. Agradeço ao pessoal que sempre participou e fez cada Sarau conosco.
Abaixo, as composições do Sarau Musical:



Pra onde vai o sonho
Marcelo Poeta/Dado Wienandts

Pra onde vai o sonho
Quando a gente acaba de dormir?
Porque não há seqüência
Se tenho essa carência
De fazê-lo prosseguir?
Pra onde vai o sonho
Quando o dia acaba e tenho que deitar?
Desejos de se ter
De ganhar e de viver
Onde compro? Onde vou morar?

Feliz de quem sonha
Dormindo e acordado

Pra onde vai minha voz
Quando sai de mim e ganha o mundo?
Pra onde foi o dia quando a tarde já caia
Dissolvendo os segundos?

Futuro Incerto
Dado/ M.Poeta/Gi

Genial
Quase monumental
As noites de lua
Poesia na rua
Acorde que sai normal
Vida que segue a toa
Na boa
No clima que eu não sei
Toda cidade tem um Castelo
Mas nem todas têm um Rei
O Sol de traje amarelo
Comprei

Futuro incerto
Cantado no verso de alguém
Menino discreto
Que entre o certo escolhe o porém



Um bocado de amor
Marcelo Poeta

Sou daqueles que voam
solitário e solidário
E costumo caminhar
no meu mundo imaginário
As vezes tudo parece difícil
e tão longe da minha mão
Mas sei que minha casa
é onde encontro a paz, meu violão

Mas onde encontro ela?
A menina que é feita para mim
Doce como a primavera
Cola a boca bela com beijos de sim

Será que as nuvens trazem recados?
Será que o vento te faz me ouvir?
Só sei que de amor eu sei um bocado
e contigo quero dividir.
Divido contigo....
Um bocado de amor.




Me acorde em acordes/ A dissonante
Marcelo Poeta/ Dado Wienandts

A dissonante, um diamante
Entre meus dedos nós
O meu mirante, algo distante
Que ecoa em sóis
Gosto do que me faz pensar, divagar
Nota que mora entre o ré e o lá
Lá onde deixei
Meu laiá laiá, deixar pra lá
Meu laiá laiá, deixar pra lá

É só vontades de metades
Verdades com bondade
Uma vaidade sem fim
Por que eu sou, assim.


Apego ao apelo
Marcelo Poeta Dado Wienandts/ Gi Frufrek

Quantas canetas a caminhar
No papel branco, que é vida
Na busca de explicações
O meu apego virou apelo
Um abandono de sensações
O rio corria, minha paz então nascia
Angústia que morava no meu dia vazou
O rio corria, minha paz então nascia
Angústia que morava no meu dia vazou
Como nas telas de um Portinari
Como nas mesas comuns dos bares

Deixei a tristeza, não estamos sós

O tempo é assim, uma fração, um pedaço
Do que foi bom
Resquícios de uma paixão
A-qua-re-la, em forma de coração
A-qua-re-la, em forma de coração...

domingo, 2 de outubro de 2011

O melhor mergulho

A melhor coisa que há
Os melhores dias que vivi
A felicidade plena
Que sempre persegui
Estão nos olhos de mar
Você guarda no olhar...
Você guarda nos olhos
as coisas mais lindas
paisagens de mares
a areia da praia
por onde gosto de caminhar
Você guarda nos olhos
O alívio da dor
A leveza da moça
a garra e a força
com um toque de amor
você guarda nos olhos
o futuro que eu quero
o abraço e o beijo
meus três desejos são...
estar contigo,
estar contigo
e estar contigo meu coração.

Marcelo Poeta