Ela me liga. Solicita que eu vá até sua casa. A única exigência era de que eu fosse a pé. Não imaginava o que seria. Calcei meus chinelos e minha roupa surrada e fui ao seu encontro. No caminho, várias possibilidades brotavam em minha mente. O que poderia estar por trás daquele pedido. Levava em mãos uma guirlanda que havia feito na escola. Tratava-se de um arame revestido de uns papéis coloridos e barba de pau. Era o que podia lhe dar. O relógio marcava 16h de um 24 de Dezembro. O ano? Talvez 1993 ou 94...
Entrei no seu pátio e logo a porta da garagem foi aberta. Entrei. Lá estava ela, a bicicleta que me dava, e eu, de boca aberta e olhos arregalados, não acreditando naquilo tudo que estava vivendo.
Minha Dinda, emocionada, ainda queria saber se eu tinha gostado.
Até hoje eu não sei. Não sei se gostei mais do presente ou de sentir aquele carinho imenso.
Só sei que esse carinho, esse carinho é o Natal.
Marcelo Poeta
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