segunda-feira, 11 de julho de 2011

A ponta do teu cobertor




O frio que me incomoda

desaparece ao corpo que despe

as roupas e a ternura

tragada no lábio que me aquece

E como se hoje fora a noite anterior

Como se o mundo, agora

Começasse e acabasse

Há um “que” que explica isso tudo

Há algo meu morando em tua face

Existe um após que ocorre

Depois do que não aconteceu

É o que se diz

Quando o nada é tudo o que há

É o mesmo que se fala

nas falas de um Romeu

É aquele meu velho amor

Que nunca fora meu.



Marcelo Poeta

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