segunda-feira, 13 de junho de 2011

Domingos

Opto em estar só
até o momento de doar-me
...às pretensões do interessante
Apreciador do silêncio
apenas gasto minha energia e oratória
ao que se desenha extaziante
Ao nada desgastante
Me tenho como constante
Rotina previamente programada
ilustrada em telas
de cores altamente alucinantes
Sou o porta retrato de alguma estante
que a cada três meses
muda de lar.
E eu não vejo uma razão
para não ter planos
Para não ter chão
Sinto que a saudade de hoje
Me visitará novamente amanhã
E tranço minha vida
Feito fita de artesã
Mas são os domingos,
demorados domingos sem fim
em que eu me isolo tanto dos outros,
que acabo me enchendo de mim.

Marcelo Poeta

Um comentário:

Catiuscia Santos disse...

Lindo Marcelo!

Somente quando somos capazes de suportar estarmos somente em nossa cia e reconhecermos que ela as vezes é muito agradável e outras vezes nem tanto, é que nos tornamos livres para ficarmos sós, sem nos ferir e estarmos juntos sem ferir o outro ou decepcionarmos com as expectativas criadas.