sexta-feira, 11 de março de 2011

A avó e as horas




A avó espalha os brinquedos pela casa
Horas antes, havia colorido um desenho
Que o neto não percebeu
À tudo já se habituou
A avó, ora chegava de skate
Ora em sua bicicleta
Era goleiro, avião e boneca
Era a proposta, sempre disposta
E nunca fora a voz do não
É uma criança de outra geração
Adora um soninho após o almoço
Anda pela casa de pantufas
Aprecia doces como formiga
E roupas prá lá de coloridas
A avó aguarda o neto
Como criança que espera um novo brinquedo
Não percebe os efeitos do tempo
Pois não contar as horas
É seu mais valioso segredo.

Marcelo Poeta

2 comentários:

Vera Bach disse...

Maravilhosa tua sensibilidade ao lidar com as palavras quando fala da avó!
um grande abraço colega!
Vera Bach

Mique Rauseo disse...

Maravilha!!!! Me identifiquei por demais com o texto! Sou avó de dois garotos e uma garotinha. Você me descreveu! Parabéns pela sensibilidade!!!