segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sina do Poeta


É que me sinto sozinho
Mesmo tendo o amor
dos meus pais, irmãos
minhas tias...
e até de quem já partiu
Eu sinto as noites tão frias
Me encho deste vazio
Eu creio que já sabia
que tal medo de amar
certo jeito educado e fiel
Não levaria ninguém ao altar
Só posso oferecer o céu
Esqueci de apresentar
alguma beleza
É melhor esconder-me
em incerta certeza
Que o destino traria
os delírios que vivi em poesia
E agora me sinto só
Mesmo tendo o amor
dos meus primos e primas
Da senhora da esquina
Idosos e crianças
Ainda guardo lembranças
das dores que me tomaram
Os rancores que me desviaram
das tão poucas que me amaram
E de quando eu desisti
E me arrependi
de toda normalidade
De brincar de sociedade
Das verdades impostas
que me rotulam menor
do que eu sinto que sou
Poupamos coragem
Perdemos bagagens
E o forte é o que segue a pé
Aquele que tem fé
em si...
É que me sinto sozinho
Pois falta um amor
que ainda não conheci
Se a sina de Poeta é ser solitário
eu paro por aqui.

Marcelo Poeta

2 comentários:

Rita Mônica disse...

Nossa, Marcelo... meu olho vazou com esse poema. Deu uma coisa cá dentro, um espelho.

carolina disse...

Que bom, consegui ver sua alma.
Parabens, seus poemas são lindos.
Carol