segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Lembranças de um sorvete
Sentado ao balcão
Há tempos que o sol não beijara sua mão
não era verão, ainda não
O vidro que servia de tela
para a rua, para a lua
para um mundo que só seus olhos podiam ver
só sua mente podia criar
Via sua infância derreter como o sorvete
que, por ser inverno, derretia lento
Teria nome aquele sentimento?
Lembrava dos dias de paz, de passeios
Do talento de se fazer recreio
no calcular de pulos e movimentos
Fazia dos sonhos seus malabares
Agora ali, na vitrine, atraindo olhares
E quem passava não via um homem...
não via seus trajes do dia a dia
Olhavam um garoto perdido no tempo
Fazendo o sorvete virar poesia.
Marcelo Poeta
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