Que os caminhos por mim escolhidos
Me guardem a água e o abrigo
E o falecimento de minhas crenças
Não me vende os olhos e me faça tropeçar
Por que de um lado eu vejo tudo
E no outro lado há a escuridão
Que minha poesia seja bela
Ainda que retrate minha tristeza
Que a mulher que eu ame
Seja amada, independente se ao meu lado ou não
Por que de um lado eu sou o Adeus
E do outro sou o abraço
E que meus versos não se propaguem
Até aqueles que não choram
Por que de um lado eu paro a escutar
E do outro eu me mantenho calado
E que aquela minha vontade de estar logo ali
Me bata com paz e saudade
E essa angústia pelo seguinte
Mantenha minhas horas no agora
Por que de um lado eu sei o que eu quero
E do outro quero mais do que penso
Que o medo de multidões vá embora
E que as conversas comigo mesmo nunca tenham fim
Que a forma de pentear os cabelos
Não ganhe mais destaque que o sorriso no rosto
Por que de um lado eu guardo recordações e histórias
E do outro, ainda não sei
Que não me fujam as palavras
Quando estiver ao teu ouvido
Que não me falte a folha e a caneta
Quando o mundo sussurrar o mais belo poema
Por que de um lado eu guardo os romances
E do outro, eu guardo os dilemas
Que a música dos pássaros me mostre um caminho
Mesmo que eles ainda não o tenham percorrido
E que ninguém tente impedir e criar barreiras
Por que de um lado eu vivo o domingo
E do outro lado, as outras feiras.
Marcelo Poeta
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