quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Manipulação do que não há




Percebo-me como um alquimista a procura de formulas para o bem viver. Viverei o dia em que na farmácia pediremos uma fórmula para esquecer isso, lembrar daquilo, uma fórmula para conquistar ou dispensar alguém... fórmulas que terceirizarão o que ainda controlamos da nossa vida. Uma privatização dos sentimentos.
Tem dias que quase morro por não te ter aqui, no meu cotidiano chato e interessante. Imagino-te comigo andando por aí, curtindo estradas, campos, praias, morros, bares, mares e lençóis. Me bate aquela saudade louca, de despetalar a rosa louca de desejo da tua presença. Mas por favor, dê-me licença, nunca esteves do meu lado.
Por vezes creio que forjamos nosso passado, inventamos amores infinitos, sonhamos em um dia ter vivido um grande amor belo e bonito que não deu certo. Mas é tudo agora tão diferente, não escuto tua voz aqui perto, nunca tive tuas mãos coçando minhas costas e fazendo-me cafuné. Teu corpo hoje de mulher, teus beijos com olhos pertos, que o destino não esteja certo por te deixar longe de mim.
Eu nunca fui e não sei ser assim, esperar amando de longe, não me pertence a calma que deram aos monges, e o pecado visita meus sonhos. Dias, dias e muitas noites sei lá onde, o certo se esquiva e se esconde, guardando a sete chaves o que eu ainda nem escrevi.

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