Ele já não dormia bem. Era como se alguém ou algum corpo deitasse sobre o seu e o segurasse, deixando-o imóvel e sem conseguir respirar. Ele tinha a consciência de que estava deitado em sua cama e sabia também que havia gente na casa. Tentava gritar, porém, sua voz não saia. Mexer-se era impossível.
Lutava, reunia todas as forças até que um grito alto emergia de sua garganta e enfim seus braços estavam livres, seu corpo exausto e encharcado de suor. Olhava em volta, a TV ainda ligada, seu bidê ao lado com o copo d’água e o celular, o armário, as paredes brancas, o violão (dali ainda podia ver o canto da parede onde o violão o fitava mudo) e mais nada. Ninguém no quarto. Ninguém que ele podia ver.
Marcelo Poeta
2 comentários:
Puxa, Marcelo! Isso já me aconteceu algums vezes...exatamente igual.
Marcelo,
que emocionante !
Também já tive essa sensação.
Absss
Postar um comentário